EXÍLIOS #1 – espaços vazios, natureza morta (2016)
“EXÍLIOS #1 – espaços vazios, natureza morta” é um políptico composto por nove fotografias e um vídeo que se relacionam entre si. São 08 imagens que se põem em fuga, que apontam para a ausência humana e a inexistência de um ponto de chegada. São derivas, devaneios e deslocamentos que provocam sensações de solidão e isolamento. A imagem central rompe com esta premissa pois aponta para fragmentos de vida.
“Quanto aos espaços vazios, sem personagens e movimentos, são interiores sem seus ocupantes, exteriores desertos ou paisagens da natureza… enquanto a natureza morta se define pela presença e composição de objetos que se envolvem em si mesmos ou se tornam seus próprios continentes”. (A IMAGEM-TEMPO. DELEUZE:1990, p.27)
Enquanto as imagens estáticas colocadas em seqüência são influenciadas por conceitos desenvolvidos no campo do cinema, a imagem em movimento busca referências na fotografia. A peça audiovisual é formada por um plano seqüência de um espaço vazio que leva a um processo e radicalização dos tempos mortos, ou seja, a negação da própria linguagem cinematográfica onde a imobilização promove a desintegração do espaço dramático e narrativo.
O trabalho faz parte da série Exílios #2 e #3
CRISÁLIDAS ou Estudos Sobre Improváveis Coreografias (2015/2016)
Montagem, leitmotiv, combinação, plano seqüência, desmontagem, composição, velocidade, recombinação. Crisálidas ou estudos sobre improváveis coreografias é um projeto que parte de procedimentos documentais para investigar acontecimentos acidentais de caráter performativo encontrados na natureza. As imagens são reorganizadas e coreografadas para potencializar a poética dos movimentos dos micro-fenômenos naturais, provocando inquietações na experiência temporal.
“Já me referi à câmera lenta como um microscópio do tempo, mas ela tem usos tão expressivos quanto revelatórios. Dependendo do assunto e do contexto, ela pode ser afirmação tanto de estado ideal ou incômoda frustração, um tipo de meditação íntima e amorosa num movimento ou uma solenidade que acrescenta peso ritual a uma ação; ou pode ainda trazer à realidade aquela imagem dramática de desamparo angustiante, típica dos pesadelos de criança, quando nossas pernas se recusam a se mover enquanto o terror que nos persegue vem se aproximando” (MAYA DEREN).
Crisálidas ou estudos sobre improváveis coreografias desloca o sentido da imagem documental para abordagens poéticas, tratando sobre aquilo que não se vê e transformando-os em ensaios de videodança que apontam para as pulsões de vida e morte presentes na natureza.